Ontem fui ao mercado pela primeira vez depois que aboliram as sacolinhas plásticas no caixa. Quer saber? Quase não senti diferença.
Desde que casei e comecei a fazer as compras da casa com o maridón, resolvi dar uma chance às ecobags. Era uma época em que era moda dar sacola ecológica de brinde em eventos e logo eu tinha umas 10 de tamanhos, cores e materiais diferentes.
Não foi do dia pra noite que me acostumei, mas, aos poucos, as ecobags foram ganhando seu espaço. Sendo bem sincera, é muito mais fácil e confortável carregar as compras numa sacola resistente, com fundinho retangular. Ainda mais quando é coisa pesada, água, saco de arroz, produtos de limpeza… #Quemnunca ficou com os dedos vermelhos de carregar trocentos saquinhos de mercado no elevador, torcendo pra chegar logo seu andar?
Eu, como todo mundo que conheço nessa vida, reutilizava todos os saquinhos de mercado como sacos de lixo depois. Hoje, compro sacos de lixo de material biodegradável ou reciclado (porque não adianta trocar seis por meia dúzia e trocar os saquinhos do mercado por saquinhos de plástico tão ruins quanto, que também ficarão milhões de anos no lixão ou poluindo o meio ambiente de outra forma).
Quando sei que vou às compras, levo logo duas ou três sacolas retornáveis, mas tento deixar pelo menos uma sempre no carro, pro caso de eu parar em algum mercado no caminho. Quando acontecia de faltar espaço na ecobag, eu recorria aos saquinhos de plástico.
Bom, hoje foi o primeiro dia em que o mercado não ofereceu as sacolinhas, e elas não me fizeram falta. Usei as sacolinhas de frutas para as carnes (que não podem ficar soltas na ecobag, senão escorrem e fazem meleca) e o resto ficou bem sem saquinhos. Não coube tudo na única sacola que levei e acabei comprando mais uma por R$ 1,99, que ficará no carro permanentemente.
Claro que tinham pessoas reclamando na fila. Como toda mudança forçada de hábito, há inconvenientes. Nem todo mundo lembrou de levar sua sacola retornável e muitos estranharam as caixas de papelão oferecidas pelo mercado. Existe o custo extra das sacolas de lixo.
Vi no Facebook muita gente reclamando que a medida só diminui os custos dos supermercados e aumenta os do consumidor (concordo, sempre achei que a melhor saída seria os mercados serem obrigados a usarem sacolas plásticas biodegradáveis ou recicladas, em vez de forçar o consumidor a comprar esses produtos). Muita gente disse que isso não muda nada – e concordo, se elas estão pensando em trocar o saquinho de mercado pelo saco de lixo comum.
Mas posso falar? É um passo para a frente. As sacolinhas de mercado são um problema ambiental. Fazem volume no lixão, vão parar no oceano e são comidas por animais que acabam morrendo, colaboram para entupir bueiros e causar enchentes. Quanto menos plástico a gente usar, melhor. Em muitos países, as sacolinhas não existem há anos e ninguém vive pior por isso.
Agora, esse é só um passo. Ainda falta coleta seletiva de lixo no Brasil (repara no tanto de embalagens de papel e plástico que acabam indo pro lixo comum quando não esse serviço no seu prédio ou na rua), faltam produtos ecologicamente corretos acessíveis (o saco de lixo biodegradável é mais caro que o comum. Difícil fazer essa escolha!)… Falta muita coisa.
Mesmo assim, insisto: é um passo pra frente. Fica a dica para quem está resistente com a mudança: as sacolas retornáveis são bacanas, pra você e pra sua cidade. Dê uma chance!