Eu amo arte. Para mim, arte boa é aquela que me toca. Não tenho frescuras com tipo: pode ser algo pendurado seja na parede do Louvre, um graffiti da esquina ou uma preciosidade encontrada na loja de objetos de design. Mas gosto muito quando topo com uma obra de arte que me faz pensar, me passa alegria, me choca, arranca uma lágrima, me gera uma reflexão.
Desenvolvi uma mania nas minhas últimas viagens: fotografar arte e suas legendas. Nos museus, sempre que permitem câmeras, clico a obra, dou close nos detalhes que me chamaram a atenção e fotografo logo depois a legenda com nome da obra, do autor e a data. Se for arte de rua, fotografo a obra e o local, para lembrar do contexto e, quem sabe, descobrir os significados por trás dela.
Os entendidos de arte torcem o nariz para as câmeras nos museus, falam que ficar tirando fotos mata a contemplação, que quem faz isso não curte arte de verdade… Bobagem!
Sou dessas que tem a mania de fotografar em museu e não escondo! Com as fotos, registro tudo que me chamou a atenção e tenho as informações necessárias para, com alguma pesquisa depois, descobrir o contexto de obras não muito conhecidas. Fotografar em museus ajuda a aprofundar minha contemplação e também meu repertório (tem gente que aprende sobre as grandes obras de arte nos livros; já eu, muitas das obras mais famosas do mundo só conheci vendo ao vivo…).
Claro que existem os extremos. Algumas obras de arte, como a Monalisa, de Leonardo Da Vinci, são praticamente celebridades e tem gente que só vai ao museu para tirar foto dela ou junto com ela, pela simples emoção de estar no mesmo ambiente ou de ter visto ao vivo. Não existe a menor possibilidade de parar em frente à Monalisa e comtemplá-la (talvez pessoas muito famosas consigam um convite de visitá-la a sós, mas não é uma possibilidade para nós, meros mortais).
Monalisa popstar, sempre rodeada de gente (e câmeras).
Sempre tem, também, aqueles sem noção, que ficam entrando na frente dos outros, que desrespeitam as regras do museu em relação a fotos (tiram quando não podem, usam flash quando não pode…). É o mesmo tipo de gente que não para de falar durante uma peça de teatro, sabe?
Mas, ainda assim, defendo a mania de fotografar arte. Com delicadeza, sem incomodar os outros e respeitando o museu, você volta para casa cheia de boas lembranças no cartão de memória e cheia de detalhes a serem descobertos mais tarde (quem é esse escultor? Qual técnica usava? E essa moça retratada na tela, era famosa? E aquela escultura meio bizarra, será que o que eu interpretei tem a ver com o que o autor quis passar?).
Às vezes, leio um texto ou escuto alguma coisa que me faz lembrar de alguma obra de arte que tenha a ver. Então, faço uma visita às minhas pastinhas de imagens do computador e as revejo. Às vezes, elas ilustram perfeitamente o assunto (como estas duas ilustrações no início do post, que compõem a obra “Noticias sin importancia” de Eduardo Arroyo, ficha técnica aqui, que encontrei no Centre Pompidou em Paris).
Aliás, vou começar a compartilhar aqui no blog algumas delas. De repente, acabo ajudando você a também descobrir uma pérola e a se encantar como eu…