Tem sido um exercício contínuo na terapia isso, de conhecer e respeitar meus limites.
Cresci num contexto que me dizia que quanto mais a gente sofre por algo importante, mais valorizamos aquilo. O que não me contaram é que, quanto mais a gente aceita sofrer, menos valorizamos a nós mesmos.
Não é fácil dar de cara com meus limites. Aquela linha fina que diz a partir de onde a concessão vira negligência, o “boa” vira “boba”. Onde começa o desrespeito, o que não me faz bem, onde começa aquele território em que eu não sou prioridade. O aquém, o demais. Vale pra relacionamento, trabalho, vícios, name it.
Parar de andar, fincar o pé, respirar fundo e dar três passos atrás – deixando do lado de lá algo de que muito te custa abrir mão. Puta exercício difícil.
Mas preciso cuidar de mim. Quem dorme com meus demônios, no fim do dia, sou eu.
Foto: Michael Dorausch.