Muitos amigos meus fizeram isso: casaram e foram morar fora, pra estudar. Por isso, quando a leitora Camila de Araújo me mandou um e-mail essa semana me contando sua história, senti como se já nos conhecêssemos.
Ela e o Ériko, seu marido, estavam casados há 1 ano quando decidiram ir para Portugal, fazer doutorado por seis meses. Fecharam o apartamento em que moravam desde 2008, deixaram as chaves com a mãe dela e uma amiga e embarcaram para lá.
“Apesar de estarmos em um apartamento legal, espaçoso e equipado, não é a nossa casa…”, conta Camila com saudade de seu cantinho no Brasil. “Às vezes não damos conta do quanto realmente amamos nossa casinha, nosso cantinho (e nossos pequenos detalhes de individualidade).” Ela conta que uma vez por mês, uma amiga sua visita o apartamento antigo para ver se está tudo bem e pegar a correspondência. As contas, ela paga lá de Portugal, pela internet.
Se por um lado estão adorando a experiência (que é um baita investimento na carreira dos dois), por outro sentem falta da família e dos amigos.
“Uma coisa boa de morar longe é que não sofremos intromissões familiares… Mas também não recebemos o carinho presencial deles”
E o que a experiência tem ensinado a esse jovem casal? “Um pré-requisito para um casal que vai morar longe de todos os familiares e amigos é se bastar. Aqui, longe da presença física de todos os familiares e dos amigos, deu para perceber como é importante o companherismo e a partilha de tudo”.
“Aqui fazemos concessões (até quase sem perceber) quase todo o tempo, afinal não temos para “onde fugir”. Sou só eu e ele. Eu, que odeio futebol, faço companhia para ele na hora do jogo. Assim como ele quer saber de tudo o que se passa comigo, em termos de sentimentos e percepção, mesmo nos piores dias do mês. Fazemos sempre questão de algum “mimo” um para o outro, nem que seja um chocolatinho em um momento inesperado.