Geração Z no mercado de trabalho

Geração Z no mercado de trabalho: desafios e dicas

As principais características, os desafios da gestão e como motivá-los

Quando voltei a trabalhar em escritório, depois de alguns anos como autônoma e empreendedora, me deparei com uma grande novidade: a chegada da Geração Z ao mercado de trabalho e um grande gap geracional entre eles e os gestores (mesmo que apenas alguns anos mais velhos) em termos de cultura e comportamento.

Os Gen Zs são os nascidos no final da década de 90, que hoje estão com seus 20, 20 e poucos anos e ingressaram no mercado de trabalho há pouco tempo (para alguns, é a primeira experiência de emprego). São os “pós-millenials“.

Esses jovens tem um modus operandi muito diferente das gerações anteriores e isso representa uma série de desafios na gestão de pessoas e, ao mesmo tempo, traz vantagens muito bacanas para o negócio. Compartilho aqui os meus aprendizados ao coordenar uma equipe de Gen Zs.

Características da Geração Z no mercado de trabalho

Jovens da geração Z tem como uma das principais características a grande familiaridade com a tecnologia. Estamos falando de pessoas que cresceram com celular na mão, com acesso ao Youtube, Google, apps e tudo aquilo que os mais velhos vimos surgir e tivemos que aprender depois de certa idade. Isso se reflete na facilidade que tem no uso desses canais, além de um grande acesso a informação: são muito antenados e acompanham bem a volatilidade dos temas em alta.

Existe também uma diferença na maneira como foram criados e enxergam o mundo. São filhos dos chamados pais “helicópteros”, conhecidos por facilitar a vida dos filhos em muitos aspectos.

“Eles foram acostumados a ser tratados como clientes, usuários de serviços e produtos entregues pelas autoridades e instituições — inclusive a escola. Eles não respeitam a figura autoritária, a não ser que sejam conquistados por ela”, diz Bruce Tulgan, consultor de liderança e autor do livro O Que Todo Jovem Talento Precisa Aprender (Editora Sextante), nesta matéria da Exame.

Outra característica é que não costumam sonhar com uma progressão de carreira à moda antiga, mais lenta, porém consistente, que seja conquistada aos poucos com experiências duradouras em diferentes cargos. Eles tem um senso imediatista, uma ansiedade mesmo, de querer reconhecimento e resultados em questão de semanas.

A Geração Z não é movida pelos atrativos aos quais estamos acostumados. “Essas pessoas podem ser avessas à hierarquia e têm uma visão muito clara do que querem. Buscam principalmente um trabalho que proporcione a autorrealização, priorizando o contentamento com a vida profissional sobre a remuneração“, diz esta matéria do ManpowerGroup.

Na prática, essas diferenças de visão de mundo e comportamento geram muito atrito entre esses jovens e os gestores. Parece que os dois grupos falam línguas diferentes.

Tem que diga que a Geração Z é formada por pessoas mimadas. Mas acredito que não podemos abraçar aquele espírito “no meu tempo, Merthiolate ardia” e ficar cego para as contribuições desses jovens para um negócio. Primeiro, porque não dá para “pular” uma geração inteira na hora de contratar, ou seu negócio ficará ultrapassado (lembre que também há Gen Zs entre seus consumidores/clientes!).

Segundo, estamos falando de uma geração que, quando motivada, trabalha com paixão e traz uma visão inovadora para a empresa. Tem um timing super ágil e é engajada com causas em que acredita.

Como lidar com a Geração Z no ambiente de trabalho

A solução? Bom, estamos todos aprendendo. Mas o que descobri empiricamente e estudando o assunto foi o seguinte:

  1. Muito diálogo: com Gen Zs, a conversa ao vivo é sempre mais eficiente que mensagens por e-mail ou Whatsapp. “Apenas com uma boa comunicação é possível entender as necessidades desses profissionais e alinhá-las com as demandas da empresa, para que haja uma colaboração de ambos os lados”, diz ManpowerGroup.
  2. Feedback: ter conversas periódicas de feedback é algo super importante para essa geração. Isso ajuda a diminuir a ansiedade e a dar clareza sobre pontos a serem trabalhados, além de promover reconhecimento das suas evoluções.
  3. Ambiente democrático, clima colaborativo. Top-down não funciona com Gen Zs. Para que vistam a camisa, precisam sentir que suas opiniões são ouvidas e valorizadas. Estude uma maneira de incluí-los nas decisões da empresa que os afetam, criando um ambiente democrático e colaborativo.

Tem uma experiência ou desafio envolvendo a Geração Z no mercado de trabalho? Deixe um comentário aqui no post!

Foto: bantersnaps no Unsplash

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