Hoje completo 35 anos. Uau! Como de costume, passei os últimos dias fazendo um balanço da minha vida até aqui, em especial os últimos 12 meses. Foi um ano de grandes mudanças, principalmente na vida profissional: encerrei o ciclo de empreendedora e retornei formalmente ao mercado de comunicação e marketing.
Essa experiência cheia de desafios e aprendizados, apesar de tão pessoal, descobri ser um um caminho trilhado também por outros. Por isso, compartilho um pouco com vocês.
Eu nunca deixei de atuar na área. Muito pelo contrário: quando inventei de abrir uma confeitaria, ramo em que ninguém me conhecia, não foi por obra do acaso que em pouco tempo ela se tornou referência. Teve muito planejamento, branding e PR para colher prêmio, engajamento nas redes, vendas e relacionamento com clientes que se tornaram promotores da marca. Um trabalho que me rende até hoje, mesmo com o negócio encerrado, pessoas pedindo bolo.
Quando veio o momento de voltar às empresas de comunicação, eu já não era mais a mesma profissional de quatro anos antes. A vivência como dona do meu próprio negócio criou em mim a tão falada (e pouco compreendida) “cabeça de dono“.
Desenvolvi um olhar holístico do negócio. Já não consigo mais planejar ou criar sem pensar em como cada coisa influencia o todo. Cada estratégia, cada decisão, tudo passa pelo questionamento: como isso afeta a experiência do consumidor? Que valor agrega ao negócio? Como colabora com os objetivos gerais da marca e casa com outras áreas de atuação? Como meu planejamento vai impactar as vendas, a reputação, o crescimento da empresa?
Ao mesmo tempo, me deparei com um mercado de publicidade “sem tempo, irmão” para esse intraempreendedorismo. Com um modelo de negócios lutando para se adaptar e sobreviver, minha bagagem não foi considerada, de cara, de muito valor. A percepção que tinham é de que eu tinha tirado um longo sabático.
Então retornei, mas com a impressão de que tinha voltado algumas casas na carreira, voltado ao ponto em que precisaria reconquistar meu espaço quase do zero. Mas como vocês sabem, aqui, quando a vida dá limões, eu faço logo é um bolo vencedor de reality show. Afinal, versatilidade e adaptabilidade são lições que a gente aprende rapidinho ao gerenciar o próprio negócio.
Rodeada de colegas da Geração Z, entrei em modo de troca. Ao mesmo tempo em que compartilhava com eles minha bagagem, aproveitei para aprimorar meus conhecimentos sobre novas tecnologias, terminologias, comportamentos, inclusão e diversidade.
Além disso, a inquietude que veio do empreendedorismo só cresceu, e me fez buscar um ambiente em que eu pudesse extrapolar papéis pré-definidos. Deixei a publicidade para entrar em uma fintech com inovação no DNA, cheia de propósito e que valoriza toda a experiência que trago da minha trajetória e minha constante vontade de levar tudo para um novo patamar.
Aprendi que quando a gente recomeça, não volta do ponto onde parou. Mas também não parte da estaca zero. Tudo que vivi até hoje me trouxe até aqui e fez de mim a profissional que sou hoje, e por isso sou grata. Mal posso esperar para viver o que o próximo ano me reserva!