Exame de próstata sem frescura, por favor

Vou ao ginecologista desde os 13 anos, como quase toda menina. Desceu pela primeira vez, ginecologista vira rotina. São tantas as possíveis doenças que não dá para bobear.

A primeira coisa que a gente aprende é a desapegar do pudor de ficar nua na frente de médicos (sejam mulheres ou homens), sentada naquela posição terrível de frango assado, com as pernas sobre os apoios da maca. Enfim, a gente acostuma.

Depois que perdemos a virgindade, então, fica mais desconfortável. Qualquer suspeita de doença é motivo para enfiarem um bico de pato ou uma câmera de ultrassom sem muita cerimônia. E todo e qualquer remédio passa a ser intravaginal, com seus aplicadores incômodos. Isso sem contar a temida mamografia, aquela que temos de fazer depois dos 40, acho, em que nossos seios são esmagados na busca por nódulos e câncer de mama.

É chato? É, né. Mas a gente sabe que é assim que se cuida da nossa saúde, então aguenta e vai levando, visitando o gineco uma ou duas vezes por ano.

Aí me vêm os rapazes falar de exame da próstata e me dá a maior preguiça. Bando de machões morrendo de medo de levarem uma enfiada de dedo (de dedo, hein? Nada de bico de pato nem câmera) uma vez na vida. Mesmo sabendo que o exame – um toque retal besta, de meio segundo – pode ajudar a diagnosticar um câncer de próstata no início, e aumentar enormemente as chances de cura, muitos preferem recusar o exame. Falam em perder a dignidade, a hombridade e por aí vai.

Ross leva cabeçada da Rachel, que está em trabalho de parto, e, quando levanta, diz “Vocês não tem idéia de quanto isso dói”! Tão vendo o olhar da Rachel e da médica? Então, é este mesmo olhar que damos quando vocês reclamam do exame.

Façam-me o favor, né? Vamos parar de frescura e fazer o exame sem dramas, por gentileza? Obrigada!

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