Shiloh, a filhinha de Angelina Jolie e Brad Pitt, e Suri, a filhinha de Tom Cruise e Kate Holmes.
Fui essa semana comprar um presentinho para uma amiga que tá grávida e não sabe o sexo do bebê. Só tinham coisinhas rosas com florzinhas ou azuis com carrinhos.
É assim mesmo. Desde pequenos, somos ensinados e ensinamos o que é coisa de menina e coisa de menino.
Menina brinca de boneca e casinha, menino de caminhão e carrinho.
Os meninos aprendem que “homem que é homem não chupa o mel, come a abelha”. Hombridade é sinônimo de bravura, coragem, força, chucknorismo.
As meninas aprendem que tem que se cuidar, estar sempre cheirosas (vovó mandava eu lavar “os baixos” três vezes ao dia!) e de cabelo penteado (cem escovadas antes de dormir). Não podem palavrão, entrar em briga ou fumar e devem sempre sentar de perna fechada. Feminilidade é delicadeza, beleza, amor, carinho, florzinhas.
Quando a gente cresce, apesar de descobrir que nossos gostos e preocupações não precisam ser ditados pelas nossas genitálias, nossos papéis continuam definidíssimos para uma boa parte da sociedade, como nos mostram os homens-macho do Papo de Homem.
Este post começa com o autor contando que ficou revoltado com um homem em um bar, que perguntou ao garçom as calorias de um chopp. Onde já se viu homem ficar se preocupando com aparência?
Diz ele que coisas como ler revistas de saúde, fazer drenagem linfática e peeling são (ou deveriam ser) motivo de “humilhação e depreciação coletiva” para os homens. São coisas de mulher, sabe? Deus os livre de se assemelhar a uma mulher!
“Bem diferente dos tempos de Elvis Presley, Marlon Brando, James Dean. Verdadeiros homens (ui!), que faziam o que queriam, praticavam o politicamente incorreto e, mesmo assim, moldavam mentes jovens, marcavam sua época e – o mais importante –pegavam todas as mulheres que queriam!”
E se você não pegou muito bem a mensagem, ele ilustra com uma imagem. De um lado, soldados, caubóis, armas e cigarros. De outro, os “pobres afeminados”, como diz o autor, com looks fashionistas, roupas coloridas, maquiagem e um rapaz com pinta de ativista em manisfestação contra sei lá o que.
Brutalidade = hombridade, fragilidade = feminilidade.
Acho tão tacanha essa mentalidade… Como se não houvesse mil jeitos de ser, de pensar e de agir, independente do sexo e da orientação sexual.
Tenho preguiça de gente assim. Gente que acha o cúmulo Angelina Jolie e Brad Pitt deixarem uma das filhas usar bermudas e usar cabelo curtinho. Que acha errado deixar o filho fazer balé. Gente que tem medo de o filho ou a filha não serem héteros.
Sigo procurando um presentinho pro bebê da minha amiga, torcendo para que ele ou ela cresça livre dos moldes dicotômicos do homem-macho e da mulher-frágil, e se torne uma pessoa muito mais interessante que o rapaz do post.