Meu primeiro reveillon de casada foi uma aventura!
Como passamos o Natal com o meu lado da família no interior, resolvemos alugamos um sítio em Cunha, com a família do Cauê, para passar a virada do ano.
A casa era muito legal, cheia de espaço, com muita área verde em volta e perto do rio Paraitinga. Mas a gente não imaginava o que vinha pela frente…
Choveu todos os dias, praticamente, e os carros atolaram mais de uma vez. No dia 31, o caseiro nos aconselhou a tirar os carros do sítio e levá-los pra um terreno mais elevado, pelo risco de o rio encher muito. O Cauê e os outros homens foram e tiveram que voltar a pé (era bem longinho).
À noite, a a chuva deu uma trégua e a gente ficou mais tranqüilo. Deu pra fazer uma ceia gostosa e curtir a passagem numa boa.
Só que, quando acordamos, o rio tinha subido tanto que cobriu completamente o terreno. Foram mais de cinco metros. A sorte é que a casa ficava num nível acima do resto do sítio, então a água cobriu alguns degraus, mas não chegou nos quartos.
(Continua…)
Mesmo assim, ficou todo mundo preocupado… Piorou quando vimos as notícias na TV. Além da tragédia de Angra dos Reis, que nos deixou com o coração na mão, falaram sobre uma família de São Paulo que alugou um sítio em Cunha e tinha morrido soterrada em um desabamento de terra no local.
Na hora, pensamos nos familiares que estavam em São Paulo e, muito provavelmente, viram a notícia e podiam achar que a tal família éramos nós. Como não tinha sinal de celular no sítio, os homens escalaram o morro que tinha atrás da casa (que dava pro asfalto depois de 3h de caminhada), num sol de rachar, pra avisar a todos que estávamos bem.
A gente meio que ficou de prontidão pra voltar pra São Paulo assim que a água baixasse, mas isso não aconteceu. Como uma parte de nós voltava a trabalhar na segunda dia 4, no domingo, a gente teve que tomar uma atitude. Pusemos as malas nas costas e subimos o morro. Detalhe: tinha um bebê de três meses conosco (o Matheus, filho da Rê, prima do Cauê). Imaginem a situação.
Como as chuvas derrubaram um monte de barragens nas estradas, nossos carros ficaram isolados lá na fazenda e tivemos que deixá-los para trás e voltar para São Paulo de ônibus. Meus sogros, que estavam de férias, ficaram por lá (em uma pousada não-alagada, e não mais na casa) para nos dizer quando poderíamos voltar para buscar o carro.
Apesar de tudo, devo admitir que tivemos sorte e estamos muito gratos a Deus por ter nos poupado. O que aconteceu com a gente não foi nada perto do que sofreu a população de Cunha, que teve suas casas alagadas e ficou isolada.
A amiga Tayra divulgou hoje no Twitter eu aproveito pra passar para a frente. Quem puder colaborar, o pessoal lá ainda está precisando muito!